segunda-feira, junho 21

Faróis


Depois de sentir-se feliz, triste e feliz de novo, viu algo que apenas sabia que existia. A tristeza peneirou as impurezas de seu coração, e o sofrimento a fez ter medo, e a solidão a fez querer ficar, e a dor a fez aprender. Apoiou o queixo na mão, olhou que não havia estrelas imaginando se ele estaria fazendo o mesmo, claro que não! Mas quem precisava de estrelas com uma par de olhos em sua direção? Nada era simples e fácil, mas tudo poderia parecer possível ao lado dele e sabendo que estava enganado, resolveu contar: ele era o farol. Quem passara por noites perdidas, manhãs frias nebulosas e tardes cegas era ela. Quem tinha que ser perdoada, era ela, que já sofria. E sentiu, o que ele jamais a faria sentir. E entendendo que a saudade é tudo isso que dói ai dentro, apoiou a face no travesseiro, soltou um sorriso singelo e agradeceu a vida por enxergar novamente . Não era mais uma duna indecisa, incerta e maleável num deserto de sentimentos, era ela, o vento, a brisa e a respiração de um coração apaixonado.

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